DO LIVRO " AO LONGO DO RIO AZUL" 1949

O RIO


Duas lágrimas que escorrem pelos montes
com pena dum Inverno tão tristonho;
das mil canções das milenárias fontes
de moças encantadas por um sonho;
do eco dos perdidos horizontes
do paraíso é que se fez o Rio
a que a dor, a esperança, amor confio.

Rio que pela areia erra
antes que escolha por onde ir...
Rio que passa pela terra
sem a ferir,
Rio que faz
cismar a gente.
Rio de paz.
Rio de quem a alma sente...
Rio das íntimas ternuras...
Rio das amorosas juras...
Rio dos íntimos mistérios,
das confidências puras.
Rio em que os olhos tenho absortos.
Rio em que até depois os mortos
quedam-se a olhar dos altos cemitérios.



Da obra «Ao Longo do Rio Azul», edição de autor, Ponte de Lima,

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