figuras Limianas Dr. António Vieira Lisboa







São várias as imprecisões que se publicaram no livro publicado pelo Municipio " Figuras Limianas Ilustres", relativamente ao perfil biográfico do Dr. António Vieira Lisboa, denota-se um certo descuido na publicação.

Assim;

Na verdade o poeta nasceu em Luanda, no dia 20 de Julho de 1907, era filho de António Augusto Vieira Lisboa e de Dª Beatriz da Silva Gouveia, mas seu pai, não era licenciado em Direito, muito menos Conselheiro, alias estudou direito na Universidade de Lisboa, juntamente com o filho (poeta), mas nunca acabou o curso, na sua profissão era um alto quadro do B.N.U. tendo desempenhado funções de direcção no ultramar, nomeadamente na Índia.
O Conselheiro, com o qual vários autores se confundem, foi o Conselheiro António Maria Vieira Lisboa, seu padrinho de baptismo e sogro, pois o poeta casou-se em 1934, na Casa da Garrida com Maria Guilhermina Vieira Lisboa, tendo-se divorciado em 1944, era também, tio do pai e mais tarde seu sogro, pois o Sr. António Augusto casou-se em segundas núpcias com uma filha do Conselheiro, cunhada do poeta, razão pela qual as relações familiares se deterioraram com o referido divórcio do poeta.
Outra imprecisão referida no perfil biográfico prende-se com a licenciatura do poeta que não foi conseguida em Coimbra, mas sim em Lisboa, no ano de 1929, com uma elevada classificação.
Na verdade o poeta António Vieira Lisboa, já gravemente doente, casou-se em segundas núpcias, no hospital da misericórdia de Ponte de Lima em 1968, com Maria Libânia Manjua, embora a referida senhora também usasse o nome de Maria Libânia dos Reis, a que juntou Vieira Lisboa.
O Dr. António Vieira Lisboa faleceu no hospital da misericórdia de Ponte de Lima, no dia 13 de Junho de 1968, pelas 18 horas.

Este blog tinha já publicado uma biografia resumida do poeta.

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A NOSTALGIA DO POETA António Vieira Lisboa





Ao longo desse langoroso Lima
o pensamento em que me alongo pende
para um barco à vela rio acima,
um barco à vela que na água esplende.


António Vieira Lisboa

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DO LIVRO, " Ao Longo do Rio Azul "


Tua mão


Deixo-me ir no barco e olho sem ver,
que só via a mágoa que tinha...

A mão na água corrente molho...

E, na frescura da água,o que ela sente
é a Tua mão na minha.


Ao Longo do Rio Azul, 1949

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Opiniões, sobre a obra poetica de António Vieira Lisboa

...encontrar a exaltação do Amor,

da Forma, do Corpo, da Carne,em palavras de tão nobre ritmo,

encanta-me, por ter a certeza de virem a impregnar-se dela quantos os lerem.


Jaime Brasil

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AO LONGO DO RIO AZUL

O Rio

Duas lágrimas que escorrem pelos montes
com pena dum Inverno tão tristonho;
das mil canções das milenárias fontes
de moças encantadas por um sonho;

... ... ...

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DO LIVRO - Chão de Amor





A influência do lima

Lima! Mal sabes como em mim influi
tua paisagem doce, azul e calma…
mal sabes como nela se dilui
e a si reflui depois a minha Alma.

Ambição, glória vã … teu curso exclui.
Entre milénios, o ódio não te encalma …
O vingador sem lei que d’antes fui
o teu sereno rumo em mim acalma.



A Vida, até aqui amarescente,
branda e suave em teu redor desliza
com amoroso, promissório brilho.

Meus campos, tua água fertiliza …
Que de ti surja aquela moça ardente
que em flor me dê na Primavera um filho.

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AVENTALINHO AZUL


Aventalinho azul

Não venhas mais descalça pela erva
com teu Aventalinho azul aos folhos.
Nem imaginas como isso enerva
e como isso faz mal aos olhos.

Se a erva se arrepia quando a calcas
e – leve – mal Te sente o Teu contacto
eu sinto-Te o ardôr que não recalcas
e que esconder não sabe o Corpo intacto.

Faz-me ciúme a erva chã que pisas
e que o Ribeiro logo a sêde lima.
A erva pode ver-Te as pernas lisas
olhando curiosa para cima.

Vem-me pensamentos que não ouso
pô-los em frente dos meus próprios olhos.
Por favor deixa ao menos em reposo
o teu aventalinho azul aos folhos.



Do livro, Chão de Amor

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