DO LIVRO "Poemas de Amor e Dúvida"

A...
(neta de bandeirante)

De que país estranho és Tu que a gente treme
involuntariamente ao ver Tua figura?
De que raça provéns sem traço algum extreme?
A Tua mãe é Selva e Teu pai Aventura.

Destino horrível em teus olhos trazes...
olhos que vêem através da Selva.
Penetrantes, de tigre, e verdes como a relva
de ignoto oásis.

Seu brilho corta, assusta e quási estanca
todo o prazer que o Corpo excita em nós.
Mas – tão macia e franca –
arrasta, encanta e prende a Tua voz.

Esse contraste fere a gente em hecatombe...
E, o júbilo que sentes, mostras sem sigilo.
Mas há de Ti quem zombe,
quem Te feriu, em vez de Tu feri-lo.

De que país distante ou de que terra esconsa
és Tu, maravilhosa criatura?
Olhos de tigre, clara a pele, Corpo d’onça
a Civilização c’oa Selva se mistura.

Da obra «Poemas de Amor e Dúvida», Livraria Portugália, Lisboa,1941

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O AMOR DO POETA PELO RIO LIMA






Ao longo desse langoroso Lima

o pensamento em que me alongo pende

para um barco à vela rio acima,

um barco à vela que na água esplende.




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TEÓFILO CARNEIRO



TEÓFILO MANUEL PAIS CARNEIRO.

Nasceu em Ponte de Lima a 24 de Março de 1891, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra (1911-1916) com a elevada média de 17 valores, tendo composto a balada para a tradicional récita de despedida dos quintanistas de Direito, redigindo o poema "Canto da Saudade".


Dedicou a sua vida ao exercício da advocacia, tendo sido também Professor no Externato e na Escola Primária Superior de António Feijó, em Ponte de Lima.


No entanto, foi deputado eleito para duas legislaturas da Primeira República, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima e Presidente do Senado da mesma Câmara.


Participou activamente na campanha do general Norton de Matos para a Presidência da República.

Teófilo Carneiro, foi um dos grandes amigos de António Vieira Lisboa, juntamente com José Maria Pimenta foram muitas as horas de convívio e de reflexão sobre a vida limiana do seu tempo.

Se Teófilo é recordado neste pequeno monumento, Vieira Lisboa também espera o mesmo tratamento e os limianos e Ponte de Lima, devem-lhe essa homenagem.



Teófilo Carneiro (1891-1949)

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